José Cláudio Pavão Santana é
Professor da UFMA, Subprocurador Geral do Estado e
foi Procurador Geral do Estado no governo Jackson Lago.
- Professor, tenho uma notícia desagradável para dar: nosso irmão descansou hoje à
tarde.
Esta foi a forma como soube da morte do governador Jackson Lago neste 4 de abril de
2011.
Atônito, inicialmente, a voz embargada, com lágrimas que insistiram em
percorrer minha face e trair minha calma, mal pude dizer: lamento muito!
Vieram-me à lembrança alguns momentos em que convivi com o
governador experiências memoráveis. Dos encontros pessoais no gabinete na ala
residencial do Palácio dos Leões às reuniões formais dos Conselhos de Estado ou das
missões em que o representei, de tudo um pouco eu recordei. E relembro diálogos
memoráveis.
Marcou-me a redação que fiz do Termo de Entrega do Palácio dos Leões naquele 16
de abril de 2009, assinado por ele, pelo Presidente da Assembléia Legislativa,
Deputado Marcelo Tavares e pelo Presidente do TJMA, Desembargador Raimundo
Cutrim.
Tive a idéia, informei Aziz que a submeteu ao governador e eu, em aposentos da
guarda militar, concebi e redigi o texto. Foi marcante! Está na história para sempre!
Confesso que é difícil lidar com a morte, sobretudo quando quem vai para o plano
desconhecido integra um grupo de pessoas raras que estão na política, e que se
notabilizam pela honradez e coerência.
De certo que a política é uma seara que não pertence a todos, sobretudo como ela tem
sido exercida no Brasil, carregada de defesa de interesses pessoais ou de grupos, sem
um compromisso claro com a base representada. A política é mais do que isso.
Não é do meu feitio incensar pessoas, pois não tenho a alma de escravo, como
costumo dizer. Mas não poderia deixar de registrar meu sentimento à família Lago
pela perda desse ilustre profissional e político.
Oportunamente, quando o coração permitir, prestarei minhas homenagens.
Por enquanto fica o registro, a saudade, a admiração e o orgulho de ter convivido
com o cidadão Jackson Lago como Procurador Geral do Estado.
A história, irremediavelmente, reservou-me a oportunidade ímpar de cumprir a
promessa que fiz aos meus colegas procuradores do estado na data de minha posse,
graças a sua sensibilidade e compreensão com que abraçou nossa causa.
Deus fará justiça ao médico Jackson Lago. Siga em paz, comandante. Fique na
história, governador!
Agora... é a vez do povo chorar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário