terça-feira, 5 de abril de 2011

AGORA É A VEZ DO POVO CHORAR

José Cláudio Pavão Santana é
Professor da UFMA, Subprocurador Geral do Estado e
foi Procurador Geral do Estado no governo Jackson Lago.



Fui alcançado ao celular pelo Conselheiro Nonato Lago que me disse:

- Professor, tenho uma notícia desagradável para dar: nosso irmão
descansou hoje à

tarde.


Esta foi a forma como soube da morte do governador Jackson Lago neste 4 de abril de

2011.


Atônito, inicialmente, a voz embargada, com lágrimas que insistiram em

percorrer minha face e trair minha calma, mal pude dizer: lamento muito!


Vieram-me à lembrança alguns momentos em que convivi com o

governador experiências memoráveis. Dos encontros pessoais no gabinete na ala

residencial do Palácio dos Leões às reuniões formais dos Conselhos de Estado ou das

missões em que o representei, de tudo um pouco eu recordei. E relembro diálogos

memoráveis.


Marcou-me a redação que fiz do Termo de Entrega do Palácio dos Leões naquele 16

de abril de 2009, assinado por ele, pelo Presidente da Assembléia Legislativa,

Deputado Marcelo Tavares e pelo Presidente do TJMA, Desembargador Raimundo

Cutrim.

Tive a idéia, informei Aziz que a submeteu ao governador e eu, em aposentos da

guarda militar, concebi e redigi o texto. Foi marcante! Está na história para sempre!


Confesso que é difícil lidar com a morte, sobretudo quando quem vai para o plano

desconhecido integra um grupo de pessoas raras que estão na política, e que se

notabilizam pela honradez e coerência.


De certo que a política é uma seara que não pertence a todos, sobretudo como ela tem

sido exercida no Brasil, carregada de defesa de interesses pessoais ou de grupos, sem

um compromisso claro com a base representada. A política é mais do que isso.


Não é do meu feitio incensar pessoas, pois não tenho a alma de escravo, como

costumo dizer. Mas não poderia deixar de registrar meu sentimento à família Lago

pela perda desse ilustre profissional e político.


Oportunamente, quando o coração permitir, prestarei minhas homenagens.


Por enquanto fica o registro, a saudade, a admiração e o orgulho de ter convivido

com o cidadão Jackson Lago como Procurador Geral do Estado.


A história, irremediavelmente, reservou-me a oportunidade ímpar de cumprir a

promessa que fiz aos meus colegas procuradores do estado na data de minha posse,

graças a sua sensibilidade e compreensão com que abraçou nossa causa.


Deus fará justiça ao médico Jackson Lago. Siga em paz, comandante. Fique na

história, governador!

Agora... é a vez do povo chorar!

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